Doce Veneno - 4° Capitulo - Clara acusa Paula



AMANHECE
CENA 1 - RIO DE JANEIRO  - AVENIDA -  DIA.

Roberto já andando pelas ruas com um saco de lixo preto nas mãos. Ele olha para todos os lados, avista Clara do outro lado da rua dentro de um carro. Rapidamente ele coloca o dinheiro dentro da lixeira e sai. 


CENA 2 - MANSÃO DE CLARISSE  - SALA -  DIA.

Clarisse e Paula já conversando sentadas ao sofá. 

Clarisse - O Roberto que não chega com noticias, eu já estou ficando apavorada. 

Paula - Fica tranqüila. Os seqüestradores só querem o dinheiro, eu tenho certeza!

Clarisse - E como você pode ter tanta certeza assim?

Paula - (aflita) Intuição! Só isso. 

O celular de Paula toca. Ela atende. 

Alberto - Deu tudo certo. O Roberto nós deu o dinheiro e a gente soltou a garota. 

Paula - (cochichando) Pois daqui a pouco eu chego ai! Vou só esperar as coisas esfriarem por aqui. 

Paula desliga o celular. Roberto e Clara chegam. Clarisse abraça a filha. 

Clarisse - Ah, Clara! Que saudade. Eles fizeram alguma coisa com você? Te maltrataram? 

Clara - (olha p/ Paula) Essa mulher não pode continuar aqui! Ela ta mentindo. A Paula é uma cobra, uma falsa. Foi ela quem me seqüestrou, ela é a bandida dessa historia! 

Paula - Mas o que deu em você, Clara? Deve estar delirando. Como eu teria te seqüestrado se eu fiquei aqui perto da sua família o tempo todo?

Clara - Eu ouvi o seqüestrador falando o seu nome. Não adianta mais mentir. Eu sei quem você é de verdade. 

Clarisse - Não estou te entendendo! Você nunca agiu dessa forma com ninguém. A Paula é nossa amiga, esteve ao nosso lado durante todo esse tempo. 

Clara avança em Paula e começa a chuta - lá. 

Clara - (Gritando) Tira essa mulher daqui, agora! 

Clarisse - Ela ta muito abalada! Você deve reconsiderar tudo isso. Será que poderia voltar outra hora? A Clara ta completamente transtornada, não sabe o que ta dizendo. 

Paula -  Tudo bem! Eu entendo. Vou ir embora, mas depois volto pra saber mais noticias. Ah, Clarinha, que Deus te conforte, meu amor. 

Paula sai. 

CENA 3 - MANSÃO DE LAURA  -QUARTO -  DIA.

Bárbara já revirando todas as gavetas da cômoda de Paula. 

Laura - Não estou te entendendo! Por que ta agindo dessa maneira? Por que ta com todo esse ódio, essa obsessão por encontrar essa tal de Clarisse?

Bárbara - Não é obsessão. É só um desejo de dar um basta nas atitudes inconseqüentes da Paula. 

Laura - Cuidado! Você conhece a sua irmã e sabe do que ela é capaz de fazer com quem entra no caminho dela. 

Bárbara -  Eu não tenho medo! E não vou sossegar enquanto não parar aquela mulher! 

ANOITECE
CENA 4 - CASA DESCONHECIDA  - SALA -  NOITE.

Paula chega.

Paula - Como é que eu pude confiar em você? Me diz. Como eu fui idiota a ponto de apostar todas as minhas fichas num merda, num monte de bosta! Você colocou tudo a perder, todos os meus planos tão nesse momento correndo risco de ir a ladeira abaixo, e por sua culpa. 

Alberto -  Do que você ta falando? 

Paula - Da sua incompetência, sua falta de profissionalismo! Eu te avisei pra não pronunciar meu nome perto daquela puta mirim! Mas você não me escutou. Agora também a grana é toda minha. Cansei de bancar a idiota. Vacilou perdeu. 

Alberto -  Isso é o que você acha, né? Eu dei a cara pra bater, me arrisquei, tive que aturar aquela chata o tempo todo, e agora você vem me dizer que a grana é sua? Nunca. 

Paula assobia e vários homens armados entram na casa.  

Paula - Revistem o rapaz, ele ta armado! 

Eles tiram à arma de Alberto e entregam para Paula. 

Paula - Onde ta o dinheiro? 

Alberto - Não falo nem sob tortura. 

Paula - Pois é isso que nós vamos ver! Podem bater rapazes. Mas bate que nem homem mesmo que é pra regaçar. Eu avisei pra esse merda não brincar comigo, mas ele não me deu ouvidos. Agora eu só posso lamentar, além de assistir sua derrota!

Paula se sentam. Seus capangas começam a espancar Alberto. 

FIM DO CAPITULO

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